22/05/2012

O casal tem que saber lidar com a família do companheiro

É importante saber respeitar a individualidade de cada um no convívio em família


Por Tany Souza / Foto: Thinkstock
tany.souza@arcauniversal


Quando se casa fica nítida a diferença entre as duas famílias, principalmente quando há atitudes e reações díspares. O problema é saber como lidar com tudo isso, sem atingir o companheiro e também o casamento.

Para a psicóloga Débora Cristina de Macedo Jorge o primordial é que exista o respeito pela individualidade. “Cada um é um e ponto, não há como discordar. Apesar de existir algumas regras básicas de educação, cada um recebe uma instrução diferente, porém isso não pode ser um argumento para que aconteça o desrespeito.”

Ela esclarece também que essa educação diferenciada pode atrapalhar. “Se chega ao ponto de atrapalhar, mas não há possibilidades de mudança, é preciso que aconteça certa distância entre as pessoas, ou seja, não será possível o companheiro ser amigo da família do cônjuge, manter visitas periódicas um à casa do outro, enfim, será um relacionamento distante, cumprindo somente os protocolos sociais, como Natal, aniversário etc.”

Isso somente acontece porque o relacionamento com a família do cônjuge não condiz com a educação recebida. Porém, isso não abre espaço para o relacionamento forçado pelas circunstâncias.

“O que não pode existir é ter que suportar a família da pessoa, porque isso indica que está fazendo algo que não gosta e este relacionamento nunca será algo natural e, de uma maneira ou de outra, cobrará a pessoa amada por conta disso”, explica Débora.

Para ela, é importante ressaltar que esta distância da família do cônjuge não dispensa a educação do companheiro. “Quando receber o familiar em casa, por exemplo, deve-se impor limites, mostrando que na sua casa as regras, condutas e maneiras de agir são únicas.

Da mesma forma deve ser quando você for visitar a família do companheiro, Não pode deixar de ser você só para agradar”, indica Débora. Mas, é preciso cuidado para não ser você quem vá invadir o espaço ou ultrapassar os limites.

O falar e o calar

Quando uma situação constrangedora acontece deixando mágoas e até mesmo um desconforto entre os familiares e o companheiro, é preciso deixar as coisas claras. “Tem que falar na hora que as coisas estão acontecendo ou esperar um pouco a poeira baixar para não gerar atrito, dependendo do que aconteceu e de suas consequências. A verdade dói, mas tem que ser dita para que respeite o limite do outro”, diz Débora.

O calar-se também pode acontecer, mas não em todas as situações. “Antes de ficar quieto, ignorar, tem que conversar, sempre respeitando a individualidade de cada um. O calar-se pode acontecer somente depois que já tentou todos os meios de se relacionar com a família do companheiro.”

Essa escolha entre falar ou se calar em situações constrangedoras geradas pelas diferenças deve passar pelo crivo do bom senso. “No momento deve avaliar se aquele é o lugar para se falar, quem está ao redor e se resolverá alguma coisa conversando na hora. Se não for possível, é melhor engolir o constrangimento, respirar fundo.

O mais importante em tudo é agir com educação, sem chegar ao mesmo nível de quem provocou a situação”, ensina Débora.

Porém, se o momento é de calar-se, que isso seja de uma forma leve. “Se a pessoa consegue ficar quietao, tudo bem, mas se isso fará você descontar nos outros, como o cônjuge e filhos, é melhor falar e expor o seu modo de pensar, esclarecendo o que lhe deixou magoado e constrangido.”

Influencia no casamento

Situações mal resolvidas entre o companheiro e sua família podem ser um estopim para o fim do casamento, mas há como não deixar que isso modifique a vida conjugal.

“É preciso mostrar o limite para a família de origem, deixando claro que criou outra família, com regras e estilo de vida diferentes, e que isso foi designado por ambos”, finaliza a psicóloga.

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