21/05/2012

Estudo revela que homens e mulheres cooperam igualmente em momentos difíceis, mas a situação é diferente em grupos com indivíduos do mesmo sexo




Estereótipos sugerem que as mulheres sejam mais cooperativas. Entretanto, um estudo que analisou pesquisas ao longo de 50 anos revelou o contrário: que o homem, entre indivíduos do mesmo sexo, está mais apto a doar e se sacrificar pelo bem comum.

Uma longa análise feita por professores da Universidade Livre de Amsterdã (Holanda), Universidade de Administração de Singapura e Universidade do Estado de Washington (Estados Unidos) feita em 272 estudos realizados por cinco décadas em 18 países, chegou ao resultado de que em situações difíceis, quando o interesse individual deve ser posto de lado para favorecer todo um grupo, os homens são mais cooperativos entre si do que as mulheres. A pesquisa foi publicada em um boletim da Associação Psicológica Americana (APA).

Em um dos estudos, por exemplo, era oferecida uma quantia em dinheiro para várias duplas em uma “situação dilema”. Se ambos cooperassem, cada um receberia US$ 10. Se um não abrisse mão de seus interesses, ganharia US$ 40, enquanto a outra, a que aceitasse ajudar, não receberia nada. Se nenhum dos dois quisesse abrir mão dos interesses individuais, ambos receberiam US$ 2.

“Numa situação de dilema social, uma pessoa poderia ter ganhos maiores, só que em detrimento do grupo. Mas, se ambos cooperassem, mesmo individualmente conseguindo menos, todo o grupo sairia ganhando”, mostra o autor do estudo em questão, Daniel Baillet, da universidade holandesa. Este foi um dos vários testes em que os homens cooperaram bem mais que as mulheres.

Segundo Baillet, ao longo da história, coalizões masculinas foram bem mais eficientes para adquirir recursos, como propriedades e alimento – geralmente situações como guerras e caça. “Se cada um agisse só de acordo com os próprios interesses, nenhuma comida seria providenciada, e guerras seriam perdidas facilmente. Para superarem dilemas sociais, foram necessárias estratégias de cooperação.”

O professor também fala de grupos femininos: “As mulheres ancestrais migravam com os grupos, e eram mais cooperativas com outras mulheres que não fossem muito próximas, como parentes. E muitas delas viviam em famílias adeptas da poligamia, eram co-esposas”. Para ele, com base nos estudos e na história, as dinâmicas sociais sempre mostraram que, entre as mulheres, o que prepondera é a competição.

Contudo, a mesma análise mostra que as mulheres tendem a ser mais cooperativas em grupos com membros de ambos os sexos. E, com isso, homens e mulheres unidos, a comunidade vence.

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