21/05/2012

Família excessivamente participativa

Na sua vida acontece isso?


Por Débora Ferreira / Foto: Thinkstock
debora.ferreira@arcauniversal.com


Quando a mulher resolve se casar e torna-se esposa e responsável por seu lar e pela felicidade de seu companheiro, a vida muda por inteiro, pois, a família agora é outra, a rotina precisa se reestabelecer, os costumes mudam e tudo vai se readaptando, as preocupações aumentam e algumas prioridades vão sendo substituídas.

Com essa mudança, normalmente, uma das maiores dificuldades de um casal é saber lidar com a interferência dos pais, tios e avós que querem ensinar como tudo deve ser feito e se sentem no direito e dever de mostrar qual a maneira correta de se cuidar de um lar e viver uma vida plena. A situação muda ainda mais quando, em alguns casos, acontece a chegada dos filhos e a atenção redobra e parece que o casal precisa de mais atenção e suporte a todo o momento.

Até que ponto este zelo é saudável ou ultrapassa os limites naturais, e até onde deve acontecer a interferência das pessoas com cada situação?

Para a psicóloga Rita Medeiros de Souza, os pais, sogros ou qualquer outro parente deveria ter a percepção que não se pode interferir a todo instante no relacionamento e modo de viver, porém, como isso nem sempre acontece, as pessoas devem falar delicadamente e evitar que com o passar dos dias as intromissões venham a piorar. “No começo tudo é novidade e qualquer casal quer aprender e aproveitar os conselhos para melhorar a relação entre os dois, porém, quando essa atitude passa a ser desnecessária e demasiada a relação começa a cansar e pode dar forças para os desentendimentos”, alerta.

Segundo a especialista, qualquer participação excessiva da família não é boa. “Cada fammiliar deve viver sua vida e não ficar muito em cima do outro, tentando controlar cada passo. Parece difícil, mas tudo é questão de hábito e costume. As pessoas têm que aprender a viver. Por isso, o ideal é não comentar tudo da sua vida com os outros, limite-se a guardar as coisas apenas para o casal, pois, cada vez que desabafar com um familiar, seja pai, mãe ou sogra, automaticamente dará a chance e espaço para sair algum comentário, seja positivo ou negativo”, explica Rita.

Quem ainda mora junto

Há pais que são superprotetores com os filhos. “Eu finalizei um namoro há pouco tempo porque a mãe da minha companheira queira manter tudo sob o controle dela. Não conseguíamos nem sair para jantar que ela ficava ligando para pedir que não demorasse, para tomar cuidado, e não consegui conviver muito tempo com esse sentimento de posse”, comenta o estudante de design Leonardo Pereira, de 24 anos.

Segundo ele, por mais que concordasse que a ex-companheira tinha que ser educada com os pais, ela não argumentava com a mãe mudar sobre as coisas mais simples da vida. “Se a mãe cismasse que ela não podia sair de casa, ela não pedia – com educação – para que mudasse de ideia, ela aceitava e não questionava”, lembra Leandro.

De acordo com a psicóloga, os pais têm que saber o momento de negar algo aos filhos, mas aos poucos têm que deixar que eles comecem a aprender a importância de se ter responsabilidades, saber o que é certo e o que é errado. “Proteção exagerada não permite que eles cresçam moralmente. É preciso saber balancear”, finaliza.

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