15/07/2012

Amor e paixão

Enquanto a paixão é dirigida para si mesma, o amor é voltado ao outro


Por bispo Edir Macedo/ foto: Thinkstock
redacao@arcauniversal.com

A falta de discernimento da grande diferença, do ponto de vista bíblico, entre o mais puro amor e a paixão, tem feito muitos jovens lançarem suas vidas nas mãos de pessoas erradas, e esta tem sido a causa da infelicidade conjugal e de tantos dissabores.

Sem falar dos inúmeros corações despedaçados por um amor falso, ou uma paixão desenfreada, que têm levado muitos ao cúmulo de trocarem a salvação eterna por um sentimento terreno.

Sabemos que o diabo tem feito muita gente cair na armadilha do coração enganador. Muitos têm se apaixonado e pensado que é amor, enquanto outros julgam que por não estarem apaixonados não estão amando.

Mas o que é a paixão? É uma emoção levada a um alto grau de intensidade, sobrepujando a lucidez e a razão. Em outras palavras, a paixão é uma emoção tão forte, tão intensa, que chega a ponto de ultrapassar até a própria razão.

A paixão é um sentimento possessivo, que objetiva satisfazer somente a si mesmo, não se importando com mais nada. A pessoa apaixonada perde o senso do ridículo, não tem equilíbrio, não raciocina direito e acaba se entregando à loucura de um ato diabólico.

É óbvio que somente uma pessoa possessa chega a tal ponto, pois é impossível que alguém dirigido pelo Espírito Santo caia nesta armadilha satânica. Muitas vezes a paixão leva seus prisioneiros a matarem ou morrerem.

Vejamos, por exemplo, o caso do rei Davi, que chegou ao extremo de sua paixão. Mandou matar um dos seus mais fiéis soldados, só para ficar com a mulher dele. Ela, aliás, já até esperava um filho de Davi.

Para encobrir a verdadeira paternidade desta criança, o rei mandou que Urias fosse chamado ao palácio, e lhe ordenou que passasse uma noite em casa. Mas ele era tão fiel a Davi, que se recusou a dormir com sua própria mulher:

"Respondeu Urias a Davi: A arca, Israel e Judá ficam em tendas; Joabe, meu senhor, e os servos de meu senhor estão acampados ao ar livre; e hei de eu entrar na minha casa, para comer e beber e para me deitar com minha mulher? Tão certo como tu vives e como vive a tua alma, não farei tal coisa." 2 Samuel 11.11

Esta fidelidade custou-lhe a vida: "Pela manhã, Davi escreveu uma carta a Joabe (...) dizendo: Ponde Urias na frente da maior força da peleja; e deixai-o sozinho, para que seja ferido e morra." (2 Samuel 11.14,15).

Por causa de uma paixão demoníaca, no final de 1994, nos Estados Unidos, uma mulher apaixonada, rejeitada pelo amante por ter dois filhos, um de quase um ano e o outro de aproximadamente três anos, resolveu se desfazer deles para se ajuntar com o amante. Amarrou as crianças no interior do seu automóvel e o jogou em um lago.

Quantos têm cometido verdadeiras atrocidades movidos pela paixão? Não resta a menor dúvida que paixões deste tipo são alimentadas por um espírito demoníaco, capaz de qualquer coisa.

Já o amor é o inverso da paixão. Enquanto a paixão é dirigida para si mesma, o amor é dirigido para o outro. Ele é o sentimento que expressa o querer bem à pessoa amada. A Bíblia define o amor da seguinte maneira:

"O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais acaba; mas, havendo profecias, desaparecerão; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, passará" 1 Coríntios 13.4-8

O maior exemplo de amor foi praticado pelo próprio Deus: "Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna." João 3.16. A Bíblia diz ainda:

"E nós conhecemos e cremos no amor que Deus tem por nós. Deus é amor, e aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus, nele. Nisto é em nós aperfeiçoado o amor, para que, no Dia do Juízo, mantenhamos confiança; pois, segundo ele é, também nós somos neste mundo.

No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor. Nós amamos porque ele nos amou primeiro.

Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê. Ora, temos, da parte dele, este mandamento: que aquele que ama a Deus ame também a seu irmão." 1 João 4.16-21

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